Já dizia a minha mãe “quem pode mais, chora menos”. Num cenário de guerra comercial, apesar de serem avaliados previamente toda a força e armas com que cada nação poderia guerrear, quando analisamos os números sobre o comércio bilateral entre EUA e China o cenário fica mais claro.
Antes de uma guerra comercial, ocorrer o comércio internacional já sofria uma desaceleração, o que reduziu o mercado de ações em países como Japão e Coréia do Sul.
O crescimento mundial, quase que sincronizado demonstrado pelos dados divulgados, gerou uma certa frustração de algumas empresas que já não correspondem mais com suas expectativas, isso porque a guerra comercial de verdade ainda nem começou para valer.
O crescimento na demanda internacional está cada vez menor, o que contribui para uma estagnação na Europa, e uma queda do crescimento chinês. Isso é comprovado pela divulgação do PMI (Índice Global de produtos manufaturados) já sendo o pior nos últimos 2 anos.
Apesar dos EUA imporem US$34bi de dólares de tarifas sob produtos chineses e a China prometer contra-atacar na mesma intensidade, devemos lembrar que, enquanto as exportações americanas para a China somam a importância de US$130bi, as exportações Chinesas para os EUA somam US$505bi definindo claramente quem dá as cartas.
Logo, fica muito difícil contra-atacar ainda mais na mesma força e intensidade. Então o governo chinês luta como pode, sem desistir e começa a realizar algumas medidas para que, assim como em a “Arte da Guerra”, aproveite as fraquezas de seu inimigo.
Desvalorização da moeda
A China poderia desvalorizar sua moeda de forma intencional para que assim seus produtos se tornassem ainda mais baratos num cenário internacional. Com o aumento de negócios com outros países, poderia suprir a falta da exportação de produtos chineses junto aos EUA.
Sanção de empresas americanas em território Chinês
A China é um mercado gigante e por isso grandes empresas americanas se instalaram por lá. Uma regulamentação diferenciada e mais severa como o bloqueio de fusões, o atraso de licenças e o aumento de inspeções de produtos para empresas americanas, sediadas na China, poderiam fazer com que o mercado se tornasse menos acessível para companhias americanas, com esse tratamento diferenciado.
Campanhas de mídia
A China poderia convencer os Chineses a boicotar produtos americanos, o que não seria nada difícil nos dias de hoje, influenciando em notícias e no marketing dessas empresas.
Diferenciação e isenção de tarifas de países concorrentes dos americanos
A China passará a usar não somente uma estratégia de retaliação em tarifas, contra-atacando e impondo os mesmos valores sob sanção para os EUA, mas cogitou a ideia de abaixar e isentar alguns países concorrentes dos EUA de tarifas de importação.
Segundo Trump, os americanos já estavam perdendo há muito tempo e já era hora de virar esse jogo. E apesar de especialistas ainda reforçarem que numa guerra comercial ninguém sairá vencedor, números como o menor desemprego dos últimos 16 anos, mais vagas de emprego que oferta de trabalho, índice de produção industrial batendo recordes, vendas no varejo em alta e crescimento americano podendo ultrapassar os 4%, dizem ao contrário, e mostram que os EUA não vê ninguém na liderança, mas isso já é assunto para o próximo artigo.